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MARCOS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL
DESTAQUE


Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Batalha. Leiria.



Painéis de São Vicente de Fora.



Torre de Belém. Lisboa.



Estátua equestre de El-Rei D. João IV. Em frente ao Paço Ducal. Vila Viçosa



A Organização DOS rapazes, PARA os rapazes e PELOS rapazes foi extinta em 1966, quando a reforma do ministro Galvão Telles lhe retirou os rapazes (filiados), entregou os «centros» às escolas, e a transformou, assim, numa espécie de direcção-geral de actividades circum-escolares.

Voltou às origens com a reforma Veiga Simão, pelo Decreto-Lei n.º 486/71 de 8 de Novembro.

Mas os novos "associados" estavam tão preocupados com a sua modernização, que acabaram por a descaracterizar completamente.

Foi definitivamente extinta a 25 de Abril de 1974.


sábado, 4 de junho de 2011

Mocidade Portuguesa. Actividades Gerais. A Quina e o Livro de Quina.

Versão: 1.0   –  Data: 04-06-2011


I – NOTAS EXPLICATIVAS:

1 – A Quina era a célula base de todas as actividades da Mocidade. Além do enquadramento nas actividades gerais, havia quinas para quase todo o tipo de especialidades e funções.

2 – Apenas como referência, ela era constituída por seis filiados, mas nada a impedia de começar por dois ou três e chegar até aos oito ou nove, porque ela era essencialmente um grupo de amigos – um grupo de vontades –, com um objectivo bem definido.

3 – Imaginar uma quina, rigidamente, nos seus seis filiados, é talvez uma atitude um pouco redutora, porque ela sempre foi bastante mais que uma simples peça de um grande puzzle constituído por falanges, bandeiras, grupos e castelos, em desfile simétrico e cadenciado, no Dia da Mocidade. Algo, no entanto, que entendido na sua devida proporção, também podia ser interessante. E a prova disso são as fotografias de todas as épocas em que vemos milhares e milhares de pessoas ao longo dos passeios por aonde iriam passar os seus filhos e netos.


4 – No princípio de cada ano lectivo, em muito centros, especialmente aqueles com efectivos de centenas ou até mais de um milhar de filiados, por exemplo, escolas técnicas elementares e liceus, procurava-se fazer coincidir os castelos com as turmas de alunos, já existentes. O método tinha vantagens que assentavam na simplicidade. Mas não dispensava a cuidadosa organização da quina. E era aqui que intervinha a importante figura do chefe-de-quina, pois era ele que escolhia os seus rapazes, os instruía, e os liderava, com a ajuda do comandante-de-castelo.

5 – Nos centros do ensino técnico complementar: escolas industriais e comerciais; o efectivo era bastante mais reduzido. Os voluntários iam aparecendo aos poucos e as quinas constituíam-se ao mesmo ritmo. Crescendo e desdobrando. Crescendo e voltando a desdobrar-se, especialmente quando um comandante-de-castelo era chamado a enfrentar o seu maior desafio: assumir sozinho o comando de um centro, totalmente desorganizado, e a meio do ano. Mas disso falaremos noutro local.

6 – A vivência de uma quina de actividades gerais assentava em quatro vertentes, a saber: a amizade e coesão entre camaradas; as actividades de campo; as actividades culturais e; as actividades gimnodesportivas. O livro de quina era o repositório de tudo o que acontecia de significativo.

7 – Mas era no seu trabalho de conjunto, semana após semana, que se iam a pouco e pouco revelando as vocações e os possíveis contributos para o universo mais alargado do castelo, do grupo-de-castelos, e do próprio Centro.

8 – Nas actividades de campo, começava, durante o inverno, por: aprender a montar, desmontar, arrumar e transportar uma tenda canadiana e o trem de cozinha; por confeccionar umas pequenas refeições, e nessa época não havia a infinidade de «enlatados» dos tempos actuais; e aprendendo um pequeno mundo de outros conhecimentos, indispensáveis para quem vai viver no campo. O nosso campismo tinha propósitos especiais – educativos –, não era apenas uma forma económica de conseguir um alojamento.

9 – Aparecia depois a oportunidade de, em grupo, participar numa «prova de orientação» com a ajuda da carta topográfica, da bússola, da régua de milésimos, para calcular as distâncias, e de pequenos esboços resultantes de «levantamentos» feitos por outras quinas. Ou então deixar uma pista marcada, com sinais mais ou menos convencionais, para a quina ou quinas que se lhe seguissem. As provas nocturnas eram especialmente apreciadas, por exigirem bastante mais atenção, e a pista ser marcada (balizada) com pequenos pedaços de gaze branca.

10 – Acampar, por exemplo, para guarnecendo um posto numa cadeia de transmissões, em homográfico ou morse, com bandeirolas ou lanternas de sinais, e que tanto podia ter 100 ou 200 metros, como um quilómetro ou três. Tantos quantos fossem necessários para levar as mensagens da sua origem ao destino, ou das suas origens aos seus destinos, se várias cadeias se cruzassem ou entroncassem. Geralmente a distância entre postos não excedia os 100 metros e a dupla de serviço era designada por sinaleiro e coadjuvante (o que anotava ou ditava as mensagens).

11 – As actividades culturais mais quotidianas, para a quina de actividades gerais de filiados infantes e vanguardistas resumiam-se em dois grandes grupos de tarefas (contributos): para o «jornal de parede» ou o «jornal de árvore», e para a «chama da mocidade».    

12 – Alguém sempre conseguia fazer uma «redacção» mais bonitinha, para o jornal, depois de sugeridos vários temas pelos seus camaradas. Hoje procura-se informação na Internet, naquele tempo era apenas nos livros e em jornais ilustrados, mas sempre se encontrava. Depois era o outro que tinha uma caligrafia menos má e, finalmente, o ilustrador.

13 – Quanto à «chama da mocidade», essa tanto podia acontecer à noite, num acampamento, como em fins-de-semana, no próprio Centro, com a presença de amigos, familiares e alguns professores. E até durante as tardes de Sábado, mesmo sem cavacos a arder, apenas entre a rapaziada sentada no chão em círculo, como forma de ensaiar os cânticos colectivos de índole bem portuguesa, e outros adaptados pelos próprios filiados. As pequenas declamações individuais ou colectivas (jograis) que estiveram muito em voga nos anos cinquenta, e até talvez antes disso. E as pequenas teatralizações de um só acto, 10 a 15 minutos, com adereços e vestuário pouco mais que improvisado. Mas era o espírito que contava. O espírito e o «animador» da chama, essa figura incontornável. No fim havia chocolates para os melhores.

14 – Desde que me lembro de ter começado a minha carreira na Mocidade, que recordo os jogos educativos e a iniciação desportiva, um dos momentos mais apreciados das actividades gerais. Quinas competindo com outras quinas e preparando-se para mais e melhor, ou seja, a especialização gimnodesportiva.

15 – Quanto ao livro de quina, ainda hoje há quem o guarde quase religiosamente. Lá estão os amigos desses tempos, muitos dos quais continuaram ao longo da vida. Os textos e gravuras para o jornal, o que se conseguiu fazer para animar a «chama», os relatos dos acampamentos, das provas de campo, e dos chocolates e pequenas medalhas ganhas em competições entre quinas.

16 – Claro que vamos voltar a tudo isto, «noutras colocações» que abordem mais especificamente os vários tipos de actividades e os locais aonde tiveram lugar. Estamos, enquanto espaço, para ficar e para crescer ao longo dos próximos anos.



II – TRANSCRIÇÃO PARCIAL:

A Missão dos Dirigentes, Marcello Caetano, 2.ª Edição, 1942

Reflexões & Directivas, pelo Comissário Nacional

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4.ª Parte – Os Centros e as Actividades

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Pág. 102 – Secção VI – As Quinas e o Livro de Quina.

Tem-se em muitos Centros cometido o erro de considerar as quinas como simples «unidades tácticas» que se fazem e desfazem conforme as conveniências de cada dia.

Erro enorme, esse!

A quina não é apenas um par de fileiras de três filiados na formatura do castelo.

A quina deve ser a célula fundamental de toda a organização do centro.

Daí a necessidade de formar bons chefes de quina.

E a necessidade, não menor, de constituir as quinas cuidadosamente, no começo do ano lectivo, de maneira que cada uma seja um grupo de bons amigos e camaradas ardendo no zelo de fazer progredir o seu castelo e o seu Centro.

É o chefe-de-quina que deve escolher os filiados da sua quina.

E, uma vez constituída, a quina há-de permanecer sempre a mesma até ao fim do ano.

O documento da unidade da quina é o livro de quina. No livro de quina regista-se a biografia dos filiados que a compõem, a sua actividade na M.P., a história da quina e a do castelo a que pertence.

Nele colaboram, sob a direcção do chefe, todos os filiados, consoante as suas aptidões – escrevendo, ilustrando, encadernando…

Um livro de quina bem ordenado e mantido com carinho é meio caminho andado para conseguir estimular a actividade da quina.

E se as quinas tiverem bons chefes, coesão e entusiasmo, o castelo vai de vento em popa.

Um Centro cujos castelos trabalhem bem, é um Centro cheio de espírito da Mocidade.
Já então se pode cultivar a boa emulação do trabalho, provocando o despique entre as quinas e os castelos, organizando entre elas concursos e competições.

Por isso – atenção às quinas!

E não se desdenhe o livro de quina.

Mocidade Portuguesa. Actividades Editoriais. Serviço de Publicações.

Versão: 1.0  –  Data: 04-06-2011


I – NOTAS EXPLICATIVAS:

1 – A actividade editorial da Mocidade Portuguesa remonta aos primórdios da Organização e estava, em 1957, na dependência da Inspecção de Publicações e Bibliotecas, da Direcção dos Serviços Culturais.

2 – Embora tratando-se de um serviço relativamente pequeno, como aliás quase tudo nos Serviços Centrais da M.P. e não só, vinha assegurando a publicação regular do «Camarada», um das primeiras revistas ilustradas para crianças, que se publicaram em Portugal, do «Guião», um jornal para adolescentes, e do «Boletim da M.P.» já destinado a jovens adultos e adultos (dirigentes).

3 – Por este sector passou, desde 1940, um excelente grupo de ilustradores, como  Júlio Gil, Marcelo de Morais, Nuno Simões Nunes, João-Carlos Moreira Rijo e muitos outros, que bastante se notabilizaram na Mocidade e fora dela.

4 – Em 15 de Outubro de 1968 o Serviço passou por uma nova reorganização que incluiu uma mudança de nome para “Editorial Mocidade”. E em 1971, com a reforma Veiga Simão, deixou de depender da M.P. e foi transformada em “Editorial Ministério da Educação”.

5 – Em diferentes «colocações», o Tronco-em-Flor procurará comentar as várias reorganizações, os principais trabalhos editoriais, e listar todas as publicações de que conseguir informação, muitas das quais republicará.


II – TRANSCRIÇÃO:

Do Artigo 2.º, Capítulo II – Regulamentos e Instruções, da Ordem de Serviço n.º 13 (1956/1957) de 1 de Abril de 1957.

“Que se publiquem as instruções que regulam o funcionamento do Serviço de publicações da M.P., criado pelo Art.º 1.º da presente O.S.:

1.º – Compete ao Serviço de Publicações da M.P.:

a)      Estudar e dar parecer sobre as propostas de publicações a editar pelo Comissariado Nacional;

b)      Administrar e distribuir as publicações periódicas;

c)      Editar, administrar e proceder à distribuição das publicações não periódicas;

d)      Adquirir obras editadas por outras entidades e que importe divulgar na M.P.;

e)      Elaborar anualmente, ouvidas as Direcções de Serviços, um plano editorial que incluirá, além das       publicações periódicas, as obras técnicas e literárias, cartazes, folhas de doutrina, filmes de projecção fixa e todos os outros meios de difusão gráfica que forem julgados oportunos, a fim de submetê-los à aprovação superior.

2.º – São receitas do Serviço de Publicações da M.P.:

a)              a)      Os subsídios do orçamento geral da Organização;

b)              b)      O produto da venda das publicações editadas e em depósito;

c)              c)       Quaisquer outros provenientes da sua actividade editorial.

3.º – O Serviço de Publicações da M.P. será gerido por um Director e dois Adjuntos nomeados pelo Comissário Nacional.

Ao Director compete a orientação superior do Serviço e os aspectos culturais; a um dos Adjuntos incubem os aspectos técnico-artísticos e ao outro a parte administrativa.