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MARCOS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL
DESTAQUE


Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Batalha. Leiria.



Painéis de São Vicente de Fora.



Torre de Belém. Lisboa.



Estátua equestre de El-Rei D. João IV. Em frente ao Paço Ducal. Vila Viçosa



A Organização DOS rapazes, PARA os rapazes e PELOS rapazes foi extinta em 1966, quando a reforma do ministro Galvão Telles lhe retirou os rapazes (filiados), entregou os «centros» às escolas, e a transformou, assim, numa espécie de direcção-geral de actividades circum-escolares.

Voltou às origens com a reforma Veiga Simão, pelo Decreto-Lei n.º 486/71 de 8 de Novembro.

Mas os novos "associados" estavam tão preocupados com a sua modernização, que acabaram por a descaracterizar completamente.

Foi definitivamente extinta a 25 de Abril de 1974.


domingo, 28 de agosto de 2011

Mocidade Portuguesa. Formação Ultramarina. Apresentação.

Versão: 1.0 – Data: 28-08-2011


1 – Sob as designações de «Formação Ultramarina», de «Formação Colonial» ou de «Formação Imperial», a Mocidade Portuguesa veio promovendo ao longo dos anos, quase desde a sua fundação, um conjunto de iniciativas, tais como, pequenas palestras incorporadas nos programas de instrução obrigatória, cursos, em regime de frequência facultativa, para estudantes do escalão de Cadetes, exposições, algumas delas itinerantes, uma ou outra viagem de intercâmbio, aos territórios de África, e a publicação da revista «Ultramar».

2 – Tratando-se pois de mais uma actividade regular da Mocidade, o blogue «Tronco-em-Flor» tem reflectido acerca da maneira de reproduzir aqui esse tema, mas de uma forma que tenha algum sentido na época actual, que não alimente especulações de natureza política ou ideológica, algo que por definição editorial, estabelecemos estar fora dos nossos objectivos, e que, ao mesmo tempo, não belisque os sentimentos das nações amigas de língua oficial portuguesa, com cuja história nos cruzámos.

3 – Decidimos pois, começar por uma abordagem algo resumida, sobre algumas «Obras de Fomento» que começámos ou deixámos feitas um pouco por todo o lado, e as principais figuras a elas associadas, designadamente nas «missões de estudo». Segundo julgamos não nos faltará matéria nem oportunidade para falar das escolas, hospitais, edifícios públicos, portos, aeroportos, caminhos-de-ferro, e as numerosas obras de hidráulica agrícola, hidroeléctricas, e muitos outros empreendimentos ainda.

4 – Talvez no fim, se é que haverá fim, apenas prevaleça dentro de nós um certo sentimento do muito que ficou por fazer. Não, olhemos à nossa volta. Ficámos aonde a história nos permitiu ficar.

5 – Como não se trata de copiar para aqui, um trabalho feito à medida, mas, antes, procurar recolher informação aqui e acolá, pois, felizmente, fontes não faltam, a progressão será forçosamente lenta, mas, sobre isso, já os nossos leitores estão acautelados. O mesmo vem sucedendo com todos os outros assuntos.


(continua)


Referências:


Outras referências:




 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mocidade Portuguesa. Enquadramento dos Filiados. Lusitos e Infantes.

Versão: 1.0 – Data: 23-08-2011


1 – Foram estes escalões – LUSITOS e INFANTES -, os mais numerosos. Bastante mais de dois milhões de rapazes, que passaram ou deviam ter passado pelas actividades da Mocidade ao longo de quase quarenta anos. Tendo o primeiro deles – os Lusitos -, sido o menos acarinhado, por uma Organização em que – a falta de lucidez de alguns -, não permitiu avaliar as graves consequências que isso viria a ter no futuro, para os demais escalões.

2 – O escalão de LUSITOS, era constituído por todas as crianças do sexo masculino, dos sete anos, até ao dia 1.º de Dezembro do ano em que completavam os dez anos, «data da passagem de escalão» neste caso para o de INFANTES. E podendo isso acontecer quase onze meses depois da data do aniversário. Uma vez que nunca foi estabelecido, tanto em regulamento como em ordem de serviço da Organização, por exemplo, que para aqueles que completassem a «idade de mudança de escalão» até meio do ano, contaria o 1.º de Dezembro anterior, e para os restantes, o 1.º de Dezembro seguinte, como, aparentemente, seria razoável.

3 – Claro que isto se aplicava igualmente para os demais escalões. Por isso os INFANTES mudavam para o escalão de VANGUARDISTAS, no dia 1.º de Dezembro do ano em que completavam os 14 anos. E estes, para o de CADETES, no dia 1.º de Dezembro do ano em completassem os 17 anos. Mais tarde passou a ser os 18 anos.

4 – Embora houvesse alguma tendência, para associar os LUSITOS apenas aos Centros Escolares Primários, e os INFANTES ao 1.º Ciclo dos Liceus e ao Ciclo Preparatório do Ensino Técnico. Isso não correspondia à realidade. A mudança de escalão era feita, de uma maneira geral, ainda na Escola Primária. Passando os INFANTES por uma situação muito peculiar, em que tanto podiam viver esse período repartidos por duas escolas, como até por três, como era o caso do Ensino Técnico. Aonde estariam um ano na Escola Primária, dois anos na Escola Preparatória, e um ano na Escola Industrial ou Comercial.

5 – O problema podia ter sido gerido com alguma naturalidade, embora com a burocracia necessária, mas, simplesmente, não foi gerido.

6 – No caso das Escolas Primárias, prevaleceu o jogo do “empurra” em que a Mocidade entendia, por volta de 1945 ou pouco mais, que, contrariamente ao que acontecera até então, e confirmado pelo Regulamento dos Centros de 1940, que a «instrução» deveria ser ministrada apenas pelos «professores primários», na maior parte dos casos «professoras». E estes consideravam que não estavam preparados para isso. O resultado foi que, a Lei da frequência obrigatória, foi impunemente desafiada, e os «instruendos» (coitados dos miúdos…) ficaram sem instrução praticamente a partir da segunda metade dos anos quarenta.

7 – Antes desta data, eram graduados e dirigentes (na maior parte Cadetes Auxiliares de Instrução) de outros centros, que, vindo em regime de «destacamento», auxiliavam os professores primários, que, nessas circunstâncias, sempre se mostraram disponíveis para colaborar.

8 – Este tipo de «movimento de pessoal», que também era necessário para apoiar as escolas do Ciclo Preparatório, porque, em regra, só tinham alunos de 11 e 12 anos, ou de 12 e 13 anos. Muito novinhos ainda para enquadrar a massa de filiados, a não ser, alguns, como chefes-de-quina, mas que infelizmente, mal eram promovidos, já estavam a transitar para a Escola seguinte. Daí a importância dos cursos de chefes-de-quina também na Escola Primária, e da indispensabilidade do regime de «destacamento».

9 – Entendendo-se por «destacamento» um sistema organizado (planeado, executado e fiscalizado) de gestão de recursos humanos, sob a responsabilidade dos dirigentes Subdelegados Regionais e dos graduados Comandantes de Ala, ou seus adjuntos, em que se satisfaz o completamento das necessidades de um Centro, com pessoal vindo de outro ou outros Centros.

10 – Por que é que os «destacamentos» funcionaram mal ou não funcionaram sequer? Bem, isso era uma questão transversal a todos os quadros e estruturas da Organização. Mas que tinha a ver, principalmente, com o mau funcionamento da maioria das Subdelegações Regionais e dos Comandos de Ala, e, até mesmo, a falta de intervenção das Delegações Provinciais e dos Comandos de Divisão, seus adjuntos e auxiliares.

12 - Por, entre outros factores, não inexistirem ou funcionarem mal, as «formações de comando», assim uma espécie de “corpo-de-estado-maior”, de especialistas, cuja preparação era da responsabilidade dos «Centros de Instrução de Quadros» (CIQ’s), mais tarde, Centros de Formação de quadros (CFQ’s), tal como aconteceu, em parte, com os «Cadetes Auxiliares de Instrução», estes, já mais na esfera dos dirigentes, enquanto, aqueles, na dos graduados.

13 – Ao contrário de que seria de esperar, isto é, terem estes CIQ’s, o estatuto de “parente rico”, dentro do sistema de formação de quadros (escolas de graduados e cursos de orientação de dirigentes adultos), devido à amplitude dos cursos de especialidade, e a terem a obrigação de formar «Cadetes Auxiliares de Instrução» nunca conseguiram ir além da de “parente pobre”, como foi o caso do CIQ de Lisboa, aliás o único «projecto-piloto» de que se tem conhecimento, e talvez por isso mesmo.

14 – É muito difícil não considerar, que, por detrás de muitas destas dificuldades, não tenha estado a mão oculta de algumas entidades, que se sentiram ameaçados no seu poder, autoridade e vaidade, pela acção dos rapazes, que naturalmente desejavam ter um papel mais activo, numa Organização que era sua, porque fora criada para si. Muito embora a letra de alguns normativos legais, também nem sempre tenha ajudado muito. Mas, os assuntos relativos aos dirigentes, não os vamos tratar aqui.

15 – Pela sua importância, esta questão terá bastante maior desenvolvimento, em colocações e espaço, aqui no blogue «Tronco-em-Flor», e ulteriormente nas páginas do Facebook: «Mocidade Portuguesa dos Lusitos e Infantes» e «Mocidade Portuguesa dos Vanguardistas e Cadetes».

16 – A grande questão era, supostamente, que os jovens INFANTES, vindos da Escola Primária, chegassem ao 1.º Ciclo do Liceu ou à Escola Preparatória do Ensino Técnico, com alguns conhecimentos básicos adquiridos, depois de quatro anos de actividade efectiva, com uma separação razoavelmente definida entre os menos e os mais entusiastas e desembaraçados, e com um número significativo de chefes-de-quina, já promovidos. E isto era fundamental para o maior sucesso de tudo o que vinha a seguir.

17 – Os mais entusiastas e desembaraçados seriam rapidamente, e após prestação de prova, os Infantes de 1.ª Classe e os candidatos naturais a novos cursos de chefe-de-quina. De entre os chefes-de-quina mais antigos do novo Centro, sairiam, depois de mais um ano de serviço, alguns arvorados-em-comandante-de-castelo, para suprirem eventuais faltas destes, e serem os próximos candidatos à frequência do curso de comandante-de-castelo, nas Escolas de Graduados. Outros à frequência de cursos de especialidade, nos Centros de Instrução de Quadros, assim que atingissem o escalão seguinte, o de VANGUARDISTAS. E tudo isto, depois de oito anos de actividades de frequência obrigatória. Algo de muito diferente, dos dois anos apenas, tal como aconteceu na maior parte dos casos.

18 – Também era importante conhecer previamente, para efeito de planeamento e não só, quais os futuros Vanguardistas interessados em frequentar as diversas modalidades desportivas praticadas nos Centros de Instrução Especial, tais como o Remo, a Vela, o Hipismo, o Atletismo, a Ginástica, o Voo Aeronáutico, a Marinharia e outros. Este assunto não podia ficar entregue ao acaso, como aliás nenhum dos demais. Nuns casos podiam frequentá-las logo a partir dos 14 anos, noutros, teriam de esperar pelos 16 anos.



(continua)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mocidade Portuguesa. Corpo de Dirigentes. Cadetes Auxiliares de Instrução Geral.

Versão: 1.0 – Data: 22-08-2011


1 – Volvidos alguns anos, após a fundação da Mocidade, em 1936, começou a ficar claro que aquela avalanche entusiástica de dirigentes, atraídos pela novidade que a Organização representava para a época, não ir durar por muito tempo. A M.P. era essencialmente um grande movimento de juventude, mas que não tinha dotação estatal de recursos financeiros, capaz de sustentar tão grande projecto, tanto assim que logo no princípio dos anos quarenta, o Professor Marcelo Caetano, comissário nacional, começou a transmitir uma mensagem de poupança e auto-suficiência financeira para cada sector ou actividade.

2 – Por exemplo, nos Centros criou-se a figura do «Amigo do Centro», (que consta do Regulamento dos Centros de 1940), para encontrar, além da quota anual paga pelos filiados, um reforço de verba, para aquisição de fardamentos, compra de algum material e para pagamento de refeições aos filiados pobres, isto, junto das famílias dos filiados mais abastados ou de antigos filiados, ou ainda de entidades públicas e privadas. Mas não se encontram notícias que se refiram a uma intensificação progressiva desses esforços, como seria de esperar, para acompanhar o incremento quantitativo e qualitativo das actividades.

3 – Apesar de tudo, muitos dirigentes mantiveram-se por largos anos. Infelizmente porém, outros, não encontrando um acréscimo de incentivo por via da pequena gratificação mensal, ou não considerando aquele «estender de mão», compatível com um estatuto que julgavam ter adquirido, começaram, pouco a pouco, a afastar-se. Mesmo com a ascensão de antigos graduados aos quadros de dirigentes, a situação não se alterou muito significativamente.

4 – Daí que Marcelo Caetano, tenha começado a ponderar no aproveitamento de uma parte do escalão de Cadetes (18 aos 21 anos), para, depois de instruídos, nos Centros de Instrução de Quadros (CIQ’s), começarem a colaborar como «Cadetes Auxiliares de Instrução», fora dos quadros, portanto fora da gratificação, mas aproximando-se já, um pouco, do estatuto de dirigentes. A outra parte dos Cadetes iria frequentar a instrução pré-militar nos Centros de Instrução de Milícia

5 – Era mesmo a única saída futura, para, sem dinheiro, ou quase, encontrar uma alternativa para a sangria de dirigentes, que, tal como se previa, muito contribuiu para o declínio da Organização. Além, claro, de intensificar a natureza juvenil do movimento, aonde os dirigentes adultos detinham um peso excessivo. E, ao mesmo tempo, encontrar uma forma de promover a «retenção nas fileiras» dos jovens Cadetes, algo que constituía um outro tipo de problema para a Mocidade.

6 – Claro que a presença destes Auxiliares de Instrução, não dispensava por completo a existência de dirigentes adultos e mais experientes, mas ajudava a compensar a sua falta. Por exemplo, para acompanhar a instrução de um grupo de castelos de 12 e 13 anos, com três comandantes-de-castelo de 14 ou 15 anos e um comandante de grupo de 16 ou 17 anos, a presença de um ou dois Cadetes Auxiliares de Instrução, com 19 ou 20 anos, era uma boa ajuda. Especialmente, quando apenas havia um comandante-de-grupo, para dois ou três grupos-de-castelos.

7 – O acompanhamento e apoio a um curso de chefe-de-quina, para o qual estava destacado apenas um comandante-de-castelo, ou mesmo um comandante de grupo-de-castelos, era outra óptima utilização dos Cadetes Auxiliares de Instrução. E sempre encontraríamos mais e mais tarefas, tanto nos Centros Escolares e nos Centros Escolares Primários, como num novo Centro Extra-Escolar que se pretendia abrir, ou na preparação das actividades de Verão a promover pela Subdelegação Regional, ou pela Delegação Provincial (mais tarde Distrital).

8 – Bem. O facto de estarem para além dos quadros, não significava estarem para além de uma qualquer estrutura organizada que gerisse o seu recrutamento, instrução, colocação, recolocação e aperfeiçoamento. Até porque a ideia era que estes Cadetes Auxiliares de Instrução, depois de cumprirem as suas obrigações militares, voltassem a prestar serviço, mas, então, já dentro dos quadros.

9 – No Comissariado Nacional existiram várias Direcções de Serviços para outros fins, mas nunca existiu nenhuma, para tratar em exclusivo os assuntos dos Dirigentes. As que mais se aproximaram, enquanto existiram, foram: a «Direcção dos Serviços de Instrução Geral», depois, de «D. S. de Actividades Gerais»; e a «Direcção dos Serviços de Instrução de Dirigentes e Graduados». A Direcção dos Serviços de Formação de Graduados, que também chegou a existir, viria a estar fora deste assunto.

10 – Mas era indispensável essa Direcção de Serviços exclusivamente dedicada para os assuntos de Dirigentes. Pois seria ela a replicar-se por Chefias de Serviço, ao nível das Delegações Provinciais ou Distritais (Divisões), e por uns adjuntos nas Subdelegações Regionais (Alas). Claro que seria necessário desviar para essas funções alguns Dirigentes adultos colocados nos Centros, mas os Cadetes Auxiliares de Instrução compensariam perfeitamente.

11 – O processo tinha ainda mais algumas complexidades, pois havia que conciliar e articular com alguma eficácia a acção dos «Dirigentes» adultos, com a dos «Cadetes Auxiliares de Instrução», com a dos «Graduados», com a das «Formações de Comando», e ainda, com um bem delineado «Programa de Recrutamento e Retenção nas Fileiras», cuja falta, foi mais do que notória. A aposta ficou-se pela formação de Graduados e revelou-se manifestamente. insuficiente e desmotivante para os demais protagonistas.

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(continua)